SIMONE LEITE FALA SOBRE ECONOMIA E POLÍTICA NA ACIC
27/04/2015
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Aconteceu nesta segunda-feira, 27 de abril, uma reunião almoço na sede da Associação Comercial e Industrial de Carazinho (ACIC) com palestra da vice-presidente de Integração da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) Simone Leite. O evento recebeu associados da ACIC, autoridades e convidados regionais.
Em sua palestra, Simone fez uma análise da conjuntura político-econômica do Estado e do País. Ela destacou o crescimento desordenado da economia nos últimos dois anos, o que acabou gerando a inadimplência dos consumidores. “O crescimento econômico precisa ser sustentável. O que estava acontecendo no País, não era real. Agora, com o aumento de custos da família, com energia elétrica, com a inflação alta, ela deixa de fazer investimentos e a economia deixa de crescer”, afirma.
Outro ponto destacado pela palestrante é a questão da corrupção no Brasil. Citando o caso do desvio de dinheiro da Petrobras, Simone ainda levantou a questão das perdas geradas em função da corrupção na estatal. “O governo anunciou um prejuízo de 21, 6 bilhões na empresa em 2014, mas precisamos incluir neste cálculo, o fato de que as grandes construtoras que foram indiciadas na operação Lava Jato estão inoperantes, gerando um impacto negativo de 75 bilhões de reais na conta de investimentos do País”, avalia.
Sobre a situação do Estado, Simone ressaltou o déficit operacional com o qual o RS atua. “O governo está trabalhando com um déficit de 5,4 bilhões no orçamento. A atividade econômica estadual teve crescimento zero no ano passado. 75,5% do orçamento é aplicado na folha de pagamento. 11,4% vai para o parcelamento da dívida. 25% do ICMS arrecadado vai para os municípios. Qualquer governo que assumisse o Estado teria uma situação muito ruim a administrar”, analisa.
Para Simone, a solução da crise atual para as empresas está na melhoria dos processos, em focar na competitividade e em ouvir o mercado. “A crise é fundamental para a gente se dar conta de que é possível fazer mais com menos. É o momento mais oportuno para avaliar como temos trabalhado até então”, aconselha.
Já para o País, Simone acredita que o maior entrave na resolução dos problemas é político. “Temos um congresso dividido de maneira negativa e isso é um obstáculo para conseguir o ajuste fiscal, tão fundamental para o nosso País. O maior desafio do governo hoje é interromper o processo de aumento da dívida”, diz.
Simone ainda falou sobre como o Estado poderia começar a resolver seus problemas de orçamento para o crescimento, com foco na atração de investimentos e na melhoria da prestação de serviços. “O governo precisa resolver seus problemas de infraestrutura, desburocratizar os processos para atrair investimentos e assim, voltar a crescer. Precisa buscar maior eficiência dos serviços públicos, avaliando o que realmente precisa ficar e o que deve ser eliminado. Precisa intensificar a fiscalização na cobrança de impostos, para que uns não paguem pelos outros e assim fiquem impossibilitados de investir. E precisa reavaliar o Pacto Federativo. Acho que esse é o caminho”, prevê.
Jocélio Cunha, presidente da ACIC frisou a importância da presença da empresária em um evento da ACIC, especialmente no atual momento político e econômico do País, que se reflete automaticamente na vida do empresariado. “O que temos visto na política, essa gastança dos recursos públicos, essa falta de crescimento econômico pela má administração, nos mostra que a única saída é discutirmos as possibilidades e levarmos nossos anseios ao poder público, convocarmos a sociedade a reagir, a se mobilizar e a perceber que precisamos de uma mudança rápida e efetiva”, conclui.
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