DIREÇÃO DA ACIC RECEBE PRESIDENTE DO HCC

18/05/2015

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A reunião semanal da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Carazinho (ACIC) que aconteceu nesta segunda-feira, 18 de abril recebeu a diretoria do Hospital Comunitário de Carazinho (HCC) para tratar da situação financeira da instituição de saúde. Participaram da reunião, o presidente do HCC, Azelar Kissmann; o diretor geral Hélio Lütz e o administrador, Felipe Sohne.

 

A reunião com a entidade foi motivada pela mobilização que todos os hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul estão fazendo, considerando a posição do Governador José Ivo Sartori em não mais repassar recursos financeiros aos hospitais gaúchos a título de incentivos para atendimento a pacientes do SUS, que vinham sendo repassados pelo então Governador Tarso Genro, impondo, caso não se resolva esse impasse, uma necessária redução de aproximadamente 20% no atendimento de pacientes do SUS nas unidades hospitalares do Rio Grande do Sul.

 

O presidente da ACIC, Jocélio Cunha, que também é vice-presidente do HCC, justificou a presença da direção do HCC como uma maneira de colocar a entidade à disposição do Hospital, no sentido de buscar soluções para os problemas enfrentados. “Na realidade, se a situação continuar como está e se não houver uma solução rápida par ao impasse envolvendo o Governo do Estado, Carazinho corre o mesmo risco que a maioria dos hospitais do País: a de ter que diminuir o número de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas o que queremos é um Hospital cada vez melhor e mais forte para todos nós, por isso estamos reunidos para buscar uma solução”, explica.

 

Para detalhar a situação da instituição de saúde, Sohne apresentou números que representam a média de receitas e despesas dos últimos anos. “Num exemplo, a entidade hospitalar recebe, em média, por Autorização de Internação Hospitalar (AIH) R$ 860,00 para procedimentos de média complexidade. O valor gasto chega a R$ 2.800,00. Outro exemplo onde há muita disparidade é o de clínica cirúrgica. O hospital recebe do SUS, em média, R$ 2.120,00 por cirurgia e o gasto pode chegar a R$ 4.000,00. Este repasse independe do número de dias que a pessoa permanece internada e do valor real gasto por ela”, pontua.

 

Kissmann também lembrou o corte de verbas do governo estadual, o que onerou ainda mais o Hospital nos últimos meses. “Para tentar cobrir uma parte dos valores deficitários nos atendimentos pelo SUS, o governo estadual repassa verbas de incentivo. Porém, de janeiro para cá, o HCC deixou de receber do Estado, o equivalente a R$ 181.000,00 mensais e ainda R$ 464.500,00 referentes aos meses de outubro e novembro do ano passado”, lamenta.

 

No último dia 15 de maio, os médicos especialistas em anestesia paralisaram suas atividades no HCC, reivindicando o pagamento dos serviços realizados pelo SUS. Conforme Lütz, o pagamento deveria sempre ser feito no dia 5 de cada mês, mas isso não acontece com frequência. “Do dia 5 passa para o dia 12 e naquela semana, o prefeito estava em Brasília, então o pagamento não foi realizado. Por isso eles decidiram pela paralisação, mas na manhã de sábado o Secretário da Saúde João Hartmann assumiu o compromisso com os médicos para o repasse dos valores em atraso até esta terça-feira”, relata.

 

Inviabilidade

 

Para resumir a situação, o diretor administrativo apresentou dados que demonstram como o HCC pode tentar equacionar as finanças. “A solução que nós podemos apresentar hoje é a que menos agradaria a todos nós: seria necessária uma redução no atendimento da unidade hospitalar. Teríamos que reduzir o número de internações de 5.500 para 4.700 ao ano, redução de quase 800 internações em Carazinho pelo SUS. Adequar o atendimento à remuneração recebida seria muito impactante para a comunidade. Mas o HCC pode se tornar cada dia mais inviável financeiramente, caso os incentivos do Governo do Estado não sejam repassados”, alerta Sohne.

 

Cunha, porém, rebate a questão, analisando a necessidade da comunidade. “Não há como dizer para quase 20% da população: não fiquem doentes. Por termos uma gestão municipalizada da saúde, acreditamos que o poder executivo precisa agir de maneira mais ativa nessa questão, inclusive participando deste processo junto ao Governo do Estado, sob pena do município ter que pagar esta conta no futuro. É preciso que uma solução plausível seja encontrada”, afirma o presidente da ACIC.

 

 

Na tarde desta terça-feira, 19 de maio, o Governo do Estado apresentará uma definição sobre o futuro do repasse dos incentivos aos Hospitais Filantrópicos e às Santas Casas do RS. A próxima reunião da diretoria da ACIC será no dia 25 de maio, com a presença do Deputado Estadual Juliano Roso (PC do B). 

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