Notícias Geral

Na tarde desta segunda-feira, 13, a reunião semanal da Associação Comercial e Industrial de Carazinho (ACIC) recebeu o presidente da Stara, Gilson Trennepohl. Ele estava acompanhado também, do representante da Plantiagro, concessionária da Stara em Carazinho, Vanderlei Barzotto e de Carlos Andreis, da empresa Rodaforte de Carazinho.

Trennepohl relatou que a crise enfrentada pelo setor de agronegócios no País é acima de tudo, um reflexo da crise de confiança, oriunda dos problemas políticos enfrentados pelo Governo Federal. "Mas a crise também é uma forma de crescer e se adaptar. Eu acredito que o epicentro da crise é agora, para os próximos três meses, mas que o último trimestre do ano será um pouco melhor. E isso vem muito do gasto desenfreado, de um crédito que não existia. As pessoas fizeram dívidas em cima de um dinheiro que não existia, era irreal", avalia.

O presidente da Stara também acredita que no setor do agronegócio, a crise não é tão intensa. “Há seis bilhões para entrar na economia gaúcha em soja que está com o produtor para ser comercializada e o preço está em alta. Teve aumento de custo, mas nossas lavouras já estavam plantadas, isso faz uma diferença astronômica dentro da continuidade do agronegócio”, afirma.

Outro ponto destacado pelo empresário é a dificuldade que o setor industrial tem para se estabelecer e permanecer no Brasil, diante de problemas de infraestrutura e de leis que dificultam o empreendedorismo. “O Brasil perde para ele mesmo, por causa das leis e da burocracia, que entravam o desenvolvimento. É preciso disputar espaço com as multinacionais, que não têm o nosso problema de câmbio e nem as exigências que nós enfrentamos”, compara.

A Stara tem cerca de 2.700 colaboradores no total, sendo que em torno de 800 destes são carazinhenses. No início do ano, em função da recessão que atingiu o País, a empresa precisou diminuir o quadro de trabalhadores, mas, nos últimos 60 dias, os que não foram recolocados no mercado de trabalho, foram reconduzidos às vagas novamente abertas.

O presidente da Stara frisou também, que manter os colaboradores é um esforço que demanda muita energia do empresariado, mas que ao final da crise, será possível perceber que valeu a pena. “Dói no coração quando é preciso demitir um funcionário que tem família para sustentar. A empresa multinacional não tem esse sentimento, nós temos. Por isso é preciso fazer de tudo para manter esse funcionário, mesmo diante da crise”, aconselha.

Jocélio Cunha, presidente da ACIC disse aos diretores, que o convite feito ao presidente da Stara para participar da reunião semanal foi uma forma animar os empresários carazinhenses, diante de um ano onde a economia está bastante encolhida. “O Gilson é um entusiasta do empreendedorismo e sabemos que a opinião de alguém que está à frente de uma indústria que concorre de igual para igual com as multinacionais, mesmo em um ano atípico financeiramente, é muito importante para avaliarmos como estamos enfrentando essas dificuldades”, ressalta.

A próxima reunião da diretoria da ACIC será na segunda-feira, às 13h, na sede da entidade. 

Fotos do Post