ENTIDADES EMPRESARIAIS DISCUTEM PROJETO DO TURNO ÚNICO DA PREFEITURA DE CARAZINHO
04/03/2016
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Na manhã desta sexta-feira, 04, presidentes, diretores e executivos das entidades empresariais de Carazinho estiveram reunidos na sede da ACIC para discutir assuntos de interesse comum. Entre eles, o projeto de retorno ao turno único na prefeitura, que deve ser votado pelo Legislativo na próxima segunda-feira, dia 7.
O Projeto de Lei (PL) 014/15 institui o turno único na prefeitura das 8h30min às 14h30min, de segunda à sexta-feira, com exceção das secretarias municipais de Agricultura e Serviços Rurais e Obras e Serviços Urbanos, que funcionarão das 7h às 13h, caso seja aprovado. Conforme o secretário municipal da Fazenda, João Pedroso, nos meses de setembro, outubro e novembro do ano passado, a economia para os cofres públicos com o turno único chegou a 300 mil reais.
Para o presidente da ACIC, Jocélio Cunha, o escopo financeiro é importante, porém, a questão precisa ser avaliada sob todos os pontos de vista, inclusive o do custo-benefício. “A reunião de hoje nos mostrou que todas as entidades veem com preocupação a instituição do turno único, porque embora gere economia, também gera uma série de problemas, como a desaceleração dos serviços, que muitas vezes já deixam a desejar e o atendimento restrito, especialmente para quem depende da prefeitura ou das secretarias em horário comercial”, explica.
Outros presidentes também manifestaram a opinião das entidades que representam. Taylor Agostini, que é presidente da subseção local da OAB disse que o município deve atender e atender bem ao contribuinte. “A economia tem que ser feita, mas não prejudicando o atendimento, que já é precário”, salienta.
Já o presidente do Sindicar, Moisés Santos acredita que a solução esteja na gestão. “É preciso avaliar quais as secretarias funcionariam melhor em turno único e quais não podem reduzir o atendimento sob hipótese alguma, como Saúde e Planejamento”, afirma.
Leomar Tombini, que é presidente do Sindicato Rural é a favor da economia gerada pelo turno único, desde que ela de fato contribua para a comunidade como um todo. “Sou a favor da redução de trabalho, caso isso gere economia real, principalmente em tempos de crise. Mas penso que temos que avaliar o que seria melhor para Carazinho”, ressalva.
O presidente da CDL, Leandro Reinheimmer acredita que fechar as portas da prefeitura em um período em que a maioria das pessoas está trabalhando, dá a impressão de que algo não está muito bem. “Uma pessoa de fora da cidade que vem e precisa de alguma coisa da prefeitura, encontra as portas fechadas. Não sei se o turno único resolve os problemas econômicos da cidade, acho que dá para cortar em outros lugares”, avalia.
Erselino Zottis, presidente do Sindilojas pondera que a decisão é do poder público e que as entidades querem apenas contribuir, levando em conta o que é melhor para a cidade. “Se o melhor para todos for o turno único, deve ser assim. Mas se for beneficiar apenas uma categoria, então temos que discutir mais um pouco”, diz.
O diretor financeiro da ACIC, Luís Antônio Siqueira acredita que o turno único pode prejudicar ainda mais o setor produtivo local. “A máquina pública está engessando o setor produtivo, por causa da burocracia e daquilo que não funciona nos setores referentes a licitações e liberações. A economia relatada através do turno único é a objetiva, mas há um gasto subjetivo que não podemos mensurar, com o atraso dos serviços prestados”, observa.
As entidades seguirão conversando com vereadores e com o Executivo, para tentar achar uma solução que não prejudique ainda mais as empresas, os trabalhadores e os cidadãos carazinhenses em geral. A justificativa do Executivo para o encaminhamento do PL é a redução das despesas com água, luz, telefone, vale transporte e combustível.
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