ENTIDADES SOLICITAM AO PREFEITO QUE REVEJA A NECESSIDADE DE TURNO ÚNICO EM CARAZINHO

30/03/2016

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Em função do anúncio de que seria decretado turno único na prefeitura de Carazinho a partir de 1º de abril, as entidades empresariais e de classe da cidade estiveram reunidas na tarde desta terça-feira, 29, com o prefeito Renato Süss, a fim de discutir a questão. A reunião aconteceu na sede ACIC e participaram o presidente, vice-presidente e diretores da entidade, além dos presidentes da OAB e Sindilojas, e representantes da CDL.

 

Süss explicou aos presentes que juntamente com o setor da contabilidade da prefeitura, vai aguardar o fechamento financeiro do mês de março, para avaliar se será necessária a implantação do turno único, como medida para reduzir as despesas da prefeitura. "Quando assumi a prefeitura, não relatei toda a dificuldade financeira em que ela se encontrava, mas os cofres estavam vazios. Então durante três anos apenas colocamos as contas em dia, não podendo fazer muito pelo desenvolvimento", justifica.

 

O prefeito também disse que se implantado o turno único, será feito de maneira a não prejudicar a comunidade. "Vamos tentar fazer em turnos diversos no trabalho interno e assim, vários setores da comunidade serão contemplados em suas necessidades. Não queríamos que fosse assim, mas não vemos outra forma", destaca.

 

Mesmo assim, a real necessidade do turno único foi questionada durante a reunião pelos representantes das entidades. Sidnei Meyer, que é diretor de Assuntos Econômicos da ACIC relatou ao prefeito a dificuldade que existe nos setores que dependem de alvarás e licenças liberadas pela prefeitura. "Trabalhando em turno integral, a prefeitura já não consegue, em função da falta de pessoal, dar celeridade a alvarás e licenças. Trabalhando em turno único isso se tornará mais demorado ainda, atrasando o desenvolvimento local. Além do mais, creio que o pagamento de horas extras derruba o argumento da economia", afirma.

 

O presidente da ACIC, Jocélio Cunha ressaltou que entende a dificuldade financeira do município, diante da situação econômica do País, mas acredita que a atual gestão deve buscar alternativas que não o turno único para enfrentar a crise econômica. "O município não pode se encolher diante da dificuldade econômica, precisa mostrar à comunidade que podemos vencer a crise. Eu sugiro ao prefeito que avalie bem a situação, o momento é inoportuno para a implantação do turno único, isso com certeza pode injetar mais ânimo em nossos consumidores e em nosso comércio", frisa.

 

O presidente do Conselho Estadual de Ética da OAB/RS, César Souza, que também é vice-presidente de Serviços da ACIC sugeriu ao prefeito que procure fazer um estudo sobre a dívida do município, para ver se é possível diminuir o percentual pago mensalmente, o que aumentaria o orçamento. "Estamos nos reunindo para encontrarmos soluções e não para criticar. O município precisa encontrar formas de se tornar viável, que não comprometam o andamento das atividades comerciais, industriais e de serviços", coloca.

 

O presidente da OAB/Carazinho, Taylor Agostini afirmou que o turno único não é ruim apenas para a comunidade e empresários, mas também para os próprios servidores municipais. “Muitos deles, em conversas informais, citaram que encontram dificuldades na condução das questões do dia a dia, como levar e buscar filhos nas escolas, almoçar, etc. É preciso encontrar um denominador comum que seja melhor para todos”, acredita.

 

Na oportunidade, os representantes das entidades empresariais e de classe fizeram sugestões ao prefeito para adequação de custos e aumento da receita do município, a fim de que não seja implantado o turno único em Carazinho. Süss se comprometeu a levar estas sugestões ao seu secretariado, para que sejam levantadas outras possibilidades de economia e o decreto do turno único seja a última alternativa. As entidades ficarão no aguardo da decisão final do prefeito, para se necessário, estudar outras medidas a serem tomadas, a fim de que não haja maiores prejuízos no atendimento do meio empresarial e da população, caso ocorra a implementação do turno único em Carazinho.

 

 

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