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Nesta quinta-feira, 03, uma nova reunião ocorrida no Palácio do Comércio, em Carazinho, discutiu a questão da segurança pública na cidade. Participaram o prefeito Milton Schmitz; o secretário municipal de Desenvolvimento, Deninson Costa; o secretário da Fazenda, Adroaldo De Carli; o assessor jurídico da prefeitura, Antônio Azir; o presidente da Câmara de Vereadores, Estevão De Loreno; o comandante interino do 38 BPM, capitão Jarbas Bohrer; a delegada Rita De Carli; o policial rodoviário federal, Carlos Alberto Rezende; presidentes e representantes das entidades de classe e empresariais do município.

O presidente da ACIC, Jocélio Cunha explicou aos presentes a motivação do encontro. "Temos nos reunido periodicamente em busca de soluções para a segurança pública. Fizemos isso em seguida ao latrocínio que vitimou o empresário Décio Jost e depois disso ainda tivemos outros episódios lamentáveis, como o assalto à joalheria do ex-prefeito Renato Süss, ontem. Estamos tentando buscar uma solução para o aumento da criminalidade em nossa cidade", pontua.

A delegada Rita De Carli disse que apesar do déficit de efetivo, recebeu um reforço nas últimas semanas, especialmente para as investigações que envolvem homicídios. Já o capitão Jarbas Bohrer declarou que a Brigada Militar está empenhada em dar uma resposta eficiente aos anseios da população quanto à segurança pública. "O que temos percebido é o aumento de crimes com violência, muito embora alguns indicadores tenham diminuído em relação ao primeiro semestre do ano passado. Estamos nos aproximando mais, a BM da Polícia Civil e também do Ministério Público e do Consepro, para fortalecer a rede de estratégias operacionais de combate ao crime", esclarece.

Bohrer também relatou que ontem encaminhou à secretaria de Desenvolvimento, a informação de 15 novos pontos estratégicos para a instalação de mais câmeras de segurança para o videomonitoramento da cidade. A instalação de novas câmeras, segundo o secretário da pasta deve ocorrer já no segundo semestre, inclusive com recursos da Consulta Popular.

O policial rodoviário Rezende, que está respondendo pela 14ª delegacia de Polícia Rodoviária de Sarandi, também destacou a questão da falta de efetivo, que atinge todas as forças policiais. "Este ano já apreendemos, só na nossa região, mais de uma tonelada de maconha. Aumentou a criminalidade, aumentou a frota nas rodovias, mas o efetivo só diminui. A mobilização das entidades e dos poderes constituídos é muito importante para garantir apoio", destaca.

Na semana passada, o presidente da ACIC e representantes do Executivo e do Legislativo estiveram reunidos no gabinete do prefeito, para solicitar ao comandante do CRPO-Planalto, Coronel Jair Euclésio Ely, a presença mais frequente do Batalhão de Operações Especiais (BOE) em Carazinho. Segundo o comandante, é possível que isso aconteça em breve, com o retorno do BOE de suas atividades operacionais em Porto Alegre.

NECESSIDADE DE GESTÃO

O presidente do Consepro e diretor para Assuntos de Segurança Pública da ACIC, Danilo Flores defendeu a necessidade de gestão na segurança pública. "Precisamos criar um gabinete para tratar exclusivamente da questão. Precisamos de mais vigilância, de mais interesse político na questão", acredita.

Falando em nome dos demais presidentes das entidades de classe e empresariais, o presidente da OAB/subseção local, Tailor Agostini disse que o mais preocupante é a organização da criminalidade. "Essa organização aumenta o número de ocorrências criminosas e se não houver aumento de efetivo é isso que continuaremos vendo, infelizmente", lamenta.

Encerrando a reunião, o prefeito Milton Schmitz ressaltou que está em constante contato com o Governo do Estado, a fim de lutar por mais efetivo para as polícias locais. "Já entregamos pessoalmente diversas solicitações ao Governador e ele tem sinalizado com a possibilidade de que isso pode acontecer em breve", prevê.

AMBULANTES

Outro tema abordado durante a reunião foi a questão dos vendedores ambulantes. O assunto foi tratado na semana passada em uma reunião com as entidades, e retomado nesta ocasião, em função da presença das entidades e do poder público.

Conforme o prefeito, a questão foi encaminhada à Secretaria da Fazenda, da qual faz parte o setor de Fiscalização da prefeitura, responsável pela emissão de alvarás para o comércio na cidade. “Embora tenhamos plena consciência da questão social que envolve os ambulantes, como administração municipal temos que agir dentro da lei. Precisamos dar uma resposta à sociedade, ao comércio local, às entidades empresariais que os representam e não podemos ficar em dívida com estas pessoas que geram emprego e renda e que pagam tributos dentro da formalidade”, afirma Schmitz.

De acordo com o secretário da Fazenda, a princípio será feito um levantamento sobre os vendedores ambulantes, quantos são e em que circunstâncias acabaram na informalidade. “Após isto, vamos tentar encontrar uma solução, já que, inclusive, eles nem podem ser considerados ambulantes, uma vez que estão estabelecidos nas calçadas e com isso, não se enquadram no que o município considera legal. Além disso, temos o problema das mercadorias que eles vendem, cuja procedência é desconhecida”, detalha De Carli.